Por Que a Educação Financeira é um Tabu no Brasil, e Como Quebrar Esse Ciclo

A educação financeira é uma chave poderosa para mudar vidas, mas ainda enfrenta resistências culturais e estruturais no Brasil. Contudo, ela não é ensinada nas escolas públicas de forma efetiva, e poucos pais têm o costume de transmitir esse conhecimento aos seus filhos (isso quando tiveram alguma instrução financeira). Descubra as principais razões por trás desse problema, e como você pode dar os primeiros passos para transformar sua relação com o dinheiro, em um passo a passo prático que vai revolucionar sua mentalidade financeira.

Augusto Pastorelli

1/8/20253 min read

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Você já parou para pensar por que tantas pessoas no Brasil ainda enfrentam dificuldades com algo tão essencial quanto o dinheiro? A resposta está em uma dura realidade: a educação financeira é um tema negligenciado em nossa cultura e em nosso sistema educacional.

Segundo pesquisa da S&P Ratings Services Global Financial Literacy Survey (2021), o Brasil ocupa a 74ª posição, entre 144 países, no ranking de educação financeira. Isso significa que mais da metade da população não domina conceitos básicos como juros compostos, inflação e orçamento familiar.

Embora mudar essa situação seja plenamente possível, é preciso entender as razões por trás desse cenário.

Grosso modo, o Brasil negligencia a educação financeira. Infelizmente, não raras vezes ouvimos que “investir é coisa de rico”, quando na verdade é uma das poucas práticas que pode tirar indivíduos da pobreza. E essa cultura (ou falta dela), tende a perpetuar a estagnação econômica. Perceba que aqui, não estamos tecendo críticas determinado modelo de governo, orientação ou ideologia política: quando se trata de formação efetiva de cidadãos conscientes financeiramente, somos deixados de lado por governantes de todos os espectros políticos.

Para ser justos, a partir de 2010, foi criada a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), com esforço coordenado para promover a educação financeira no país, incluindo a elaboração de materiais didáticos para a educação básica, mas o tema não foi integrado ao currículo escolar. Em 2018, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) recomendou sua abordagem em diversas disciplinas ao longo da educação básica, ressaltando a importância do tema no ambiente escolar, mas sua implementação efetiva enfrentou desafios como a formação adequada de professores e a adaptação dos materiais didáticos, e nunca foi de fato inserida como matéria nas grades curriculares.

Isso significa que gerações de estudantes concluem o ensino básico sem aprender sobre como gerenciar seu dinheiro (Fonte: MEC), e a lacuna persiste até o término do ensino médio.

Apenas quem cursa o ensino superior, em matérias muito específicas, vai ter acesso à educação financeira, que, não raras vezes, ainda é deficiente ou insuficiente mesmo nas faculdades.

Encaremos a difícil realidade: o ensino brasileiro não prepara o indivíduo nem mesmo para declarar seu imposto de renda anual, quem dirá transmitir conceitos básicos de economia e finanças. Empreendedorismo, análise de balancetes, fluxo de caixa e administração patrimonial são matérias totalmente desconhecidas por nossos jovens.

Some-se a isso a cultura do consumo e do imediatismo em que estamos inseridos, e temos a receita do caos. Somos constantemente bombardeados por mensagens que incentivam o consumo imediato, muitas vezes sem considerar as consequências futuras.

E por não saber administrar nem acumular patrimônio, os pais geralmente têm vergonha ou se sentem despreparados para falar sobre dinheiro. Como resultado, evitam discutir o assunto, perpetuando a desinformação por gerações.

Também não pode ser ignorada a falta de acesso a recursos financeiros e educativos em comunidades vulneráveis, criando também um ciclo vicioso de pobreza e falta de conhecimento.

Mas quebrar esse ciclo é plenamente possível, desde que você tome medidas concretas para quebrar o tabu da educação financeira:

1. Comece pelo Básico

Entenda conceitos fundamentais como orçamento, poupança e investimentos. Há livros com preços muito acessíveis que trazem esses conceitos, que são fundamentais para a vida de todos.

A novidade é que, em breve, o Consciente Financeiro vai lançar uma série sobre o assunto. Então, fique ligado e não perca nosso conteúdo!

2. Converse Sobre Finanças

Quebre o silêncio. Discuta o tema com sua família, cônjuge e amigos próximos. Compartilhe experiências com as pessoas de sua confiança, isso ajuda a normalizar o assunto e a trocar aprendizados.

3. Leve a Educação Financeira para as Crianças

Introduza o tema desde cedo. Ensine conceitos básicos, como economizar mesada ou entender diferenças entre desejos e necessidades. Aqui no Consciente Financeiro, você vai encontrar conteúdo voltado exclusivamente ao ensino prático de finanças para os pequenos (https://conscientefinanceiro.com/pequenos-investidores-transformando-o-dia-a-dia-em-educacao-financeira-para-criancas). Não perca essa chance!

4. Acompanhe a Economia e as Tendências de Mercado

Dedique tempo para acompanhar notícias econômicas, políticas monetárias e indicadores financeiros de fontes confiáveis. No início pode parecer chato, mas entender o cenário macroeconômico ajuda a tomar melhores decisões nos seus investimentos, identificando oportunidades e riscos com maior clareza.

Conclusão

A educação financeira não é apenas um conjunto de habilidades úteis — é uma ferramenta poderosa para mudar vidas. Não deixe que o tabu da educação financeira limite seu futuro, comece agora mesmo! Acompanhe o Consciente Financeiro e leve este conhecimento adiante. Afinal, a verdadeira riqueza começa na transformação da sua mente.